Noturnos do amor e da morte

Noturnos do amor e da morte

Toda noite, à mesa de um bar, um homem conta histórias. Ora relata causos que escutou de seu avô, ora narra suas próprias experiências. Para o Poeta (que assim se chama o homem) e seu avô, o mundo só pode ser percebido quando chega até nós na forma de uma história contada em uma conversa erradia. E as histórias mais significativas, na sua maioria, tratam invariavelmente do amor e da morte, os dois únicos temas que – diz o Poeta – realmente nos interessam. Boêmio, beberrão e mulherengo, aparentemente desinteressado de ideologias e religião, o Poeta confessa que teve um guia, no qual se inspirou – alguém que ele chama de “semideus da conversa fiada”. Esse era O Mestre, figura fascinante que atravessava as noites indo de um bar a outro sempre em busca de companheiros para uma noitada de boa conversa criativa. Este livro também pode ser lido como uma novela sobre o Poeta, pois em cada um dos oito contos ele vai dando pistas sobre si próprio: é filho de um bancário e uma parteira, tem cinco irmãos, estudou numa escola religiosa, formou-se em Direito e vive de um emprego medíocre da Prefeitura. Cabe perguntar: seria esta coletânea de contos também uma novela geracional? Uma novela sobre os que se tornaram adultos nos contestadores e anárquicos anos 1970?
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