O menino que vê o mundo: confidências sobre os imigrantes italianos 2ª edição

Pelos olhos do menino adentramos ao paraíso natural e à colônia de imigrantes italianos. Uma visão pueril na qual os sonhos vão sendo consumidos pela aspereza de uma realidade que vai se desvelando rude, racista, preconceituosa, excludente. Vida que só deixa para trás ao ganhar o mundo e a consciência de suas injustiças. O historiador Waldir José Rampinelli, como já o fez em seu livro Evangelho e Manifesto – na Religião e na Política, prefaciado por Leonardo Boff, torna a autobiografar-se na amplitude e recursos que a literatura permite. Retrata a bucólica e dura vida construída por seus antepassados, que também significou a destruição dos povos originários e a estigmatização dos baiecos, negros, indígenas, esses pelos duros condenados ao escárnio e à indigência. É essa história de vencidos e oprimidos, de arrogância e intolerância, que emerge sem loas aos que triunfaram, como um caudal de autores já se encarregou de servilmente enaltecer. Rampinelli acerta a mão ao temperar nossa leitura com bem dosadas e curiosas expressões do vêneto brasileiro, o talian, idioma daqueles imigrantes italianos. Enfim, como sempre fez, escreve para “engravidar os olhos e os ouvidos das gentes das necessidades das mudanças revolucionárias em nosso país e no mundo”.
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