Cartas não enviadas

em Cartas não enviadas Marlene não se mostra medíocre, faz bom uso do livre-arbítrio: sofre, mas não deixa de ser ela mesma. Corajosa, como emissora, Marlene se desnuda à espera das cartas que também não lhe foram, ainda, enviadas. Rosane Cordeiro, no Prefácio O meu coração bate rouco e lento quando vou a médicos. Tenho medo daquele gelo. Ficar quase pelada… e tire tudo, os anéis, o sutiã, só uma mantinha duvidosa e fina. Não é mais tictac, é trictac rouco cansado, pedindo socorro, implorando: deixa eu parar? E aquele banquinho minúsculo? Vou ter que subir e se congelar – fazendo fita né, vó? Viu? Conseguiu subir. Pode descer dona mariquinhas. Lembrei-me de velha coroca… de quem me insultou e nem podia chorar. E o meu calinho de espinho doendo e o coração no seu toctoc abafado, sentido, entre chorando e rindo baixinho, preciso ir… pronto vó, pode se vestir e ponha a máscara pra durar mais um pouquinho e saio de cadeira de rodas esbarrando em todos os bicos cartesianos de triângulos e entro num elevador de carregar cimento. Quando meu pé quebrado vai sarar Dr. Passos? – Quando o silêncio chegar… ticatac, timmmmmmmm MPerez
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