Diálogos em quarentena

Em tempos em que o isolamento e a solidão se constituíram como princípios éticos para sobreviver e fazer viver a vida do outro, nada mais revolucionário do que apostar no diálogo como ferramenta, quase que artesanal, para produzir afetos, encontrar saídas e construir um pilar para segurar o céu que está caindo. São tempos de pandemia. Ora, se não há encontros de corpos, há de haver encontros reais-virtuais, mediados pela tela, mas transbordados de intensidades. Não podemos ficar parados. Somos movimentos. É como colocar a existência em rizoma: é pensar nas coisas e entre as coisas, e não criar raiz, traçar a linha e não o ponto. Criamos, com o “Diálogos em quarentena”, não apenas um acúmulo de conhecimentos verbalizados e transcritos, mas experimentações, linguagens e aproximações. É como Gilles Deleuze e Claire Parnet tratam a questão no livro Diálogos: não se trata de falar dos infelizes, de falar em nome das vítimas, dos suplicados e dos oprimidos, mas de traçar uma linha viva, uma linha quebrada.
Tags:, , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *