Além do portão e outras crônicas

Cronista é um ser em movimento. Seu lugar é onde ele queira estar. Ali ele estaciona tão somente para tirar proveito dos instantes que mais interessam a seu desejo de contar. Realizado, ele muda para outro, sem remorso. O cronista é um mambembe, um corisco, nas palavras de Chico Buarque; metaforicamente um aproveitador, nada o prende ou o aprisiona; o portão se abre magicamente ao apelo do cronista para lhe conceder passagem. Rosane é tudo isso, em potencial e no bom sentido: xereteia nos espaços mais diversos e inusitados: em casa, no ônibus, na escola, na Letônia, nos bares em rodas de choro, nos estádios onde o público xinga a presidenta e no cemitério onde lava e escova o túmulo da família. Satisfeita, arranca muito rapidamente da bolsa seus equipamentos indispensáveis: papel e caneta e começa a contar tudo com seu jeito característico, sem papas na língua. Questiona, acusa, denuncia, escancara, protesta, xinga, e por vezes acalenta. A nós, seus leitores, fica a opção de escolha de um lugar calmo e sossegado para saborear o resultado dessas inquietações.
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