O voo da borboleta, de Bruno Brulon

Teobaldo ama Cecília que se casou com Pablo, conhecido como o espanhol, e que é apadrinhado pelo coronel Abelardo. Este último não é autoridade declarada, mas é quem mantém a ordem e a moral na cidade esquecida de Canoa. Casado com a distinta Marta, o coronel frequenta o bar do Armando, onde vão todos os homens antes de despistarem as esposas para passar o fim de suas noites na casa cuidada por Cora Linda, cafetina também distinta à sua maneira. Lá o coronel nutre seu amor por Consuelo, uma das moças mais velhas da casa de Cora. Consuelo e Teobaldo são confidentes, e, com as palavras que contam entre as putas e seus homens, almejam controlar o universo pacato de Canoa, separando Cecília e Pablo, influenciando o coronel e tomando para si a última palavra sobre a ordem e o destino daquela cidade estagnada pelo mar e pelo sal. Em O voo da borboleta, Teobaldo conta o dia em que o tempo parou de contar, em meio à noite que ainda não era, quando os relógios insistiam em continuar marcando as seis e quarenta e cinco. Em suas confidências, que o próprio tempo ajudou a inventar, ele narra uma Canoa que é metáfora para o presente e questiona a velocidade que nos damos em nossos prazeres, afazeres e na nossa pressa constante pelo porvir, que não permite ver o sol se pôr ou a lua crepuscular.
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