Tecnologia e Esquecimento: uma crítica a representações universais de linguagem

O analista de discurso precisa inverter, a todo passo que dá, a fórmula que insiste em colocar o contingente como determinado pelo necessário, e o material como a imanência da ideia. Se, logo no começo, propusemos que a materialidade da escrita não é a mesma que a materialidade da língua, então precisamos levar esse reconhecimento até seu fim. Fazer isso é admitir que a discursividade do enunciado é determinada por mais do que a materialidade da história e da língua. Também faz parte do jogo a materialidade de suas formas concretas de circulação. O apagamento regular do papel dessa materialidade técnica constitui, na nossa leitura, algo que não pode ser descrito como menos do que uma forma de esquecimento discreta e definível para a análise de discurso. Um esquecimento da espessura técnica de um enunciado. É desse esquecimento que nos coube aqui, falar.
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